Inconsciente vento passado

O dia aparece como um brisa quente que abafa todo o corpo, invadindo a alma como uma flecha que não magoa, que não fere mas que se prende. Faz palpitar corações despedaçados, corações mundanos, corações frios, corações quentes, corações intermédios, corações apaixonados, todo o tipo de corações. Faz levitar almas entristecidas, almas reluzentes, almas leves, almas pesadas, almas sentidas, almas amadas. E no final do dia, sem sabermos porquê, sonhamos com "elementos" (quase) desaparecidos no nosso consciente. A noite aparece como uma brisa fria que refresca todo o corpo, invadindo a alma como uma flecha que pode magoar, que pode ferir mas que não se prende. Faz palpitar corações e levitar almas. O consciente do dia dá lugar ao inconsciente da noite, trazendo breves brisas que já nos invadiram o corpo e alma noutros tempos, recordando brisas quentes e frias, através do inconsciente, do inconsciente vento passado.

Poder(osa) da Música


Adoro música e a sua presença é tão importante na minha vida que com toda a certeza não me imagino a viver sem ela. Aliás, penso que nenhum de nós o conseguiria. Seja de que forma for, a música está sempre presente em cada um nós. Até hoje, não conheci ninguém que não gostasse de música e duvido que venha a conhecer alguém com essa característica. Assim sendo, achei importante reflectir sobre os poderes e a influência que a música pode exercer sobre nós e não só.
A música é um meio tão poderoso que tem efeitos bastante profundos (negativa e positivamente) em todos os seres vivos. E repito: seres vivos!
A melodia, o som, o ritmo, tão diversificados e de diferentes géneros musicais conseguem penetrar profundamente nos nossos ouvidos e tão intimamente na nossa alma, que provocam o eco intensivo em todo o nosso Ser, seja qual for o estilo musical, sejam quais forem os instrumentos utilizados para produzir um som, e não é só de agora, é desde sempre.
Conhecida mundialmente, a música é tão abrangente que pode ser um meio de comunicação, de expressão, de libertação, de relaxamento, de reflexão, de crescimento, invadindo espaços e tempos, corpo e alma.
Fiz uma pequena pesquisa relativamente ao Poder da Música e eis o que encontrei:

Falar no "poder da música" não é nenhuma novidade, mas poucas pessoas sabem realmente do que música é capaz. Além de divertir, relaxar, acalmar, excitar e até mesmo educar e curar, os efeitos da música sobre o ser humano são incríveis. Aliás, não só em seres humanos, mas (...) experiências com plantas e animais, também mostraram resultados espantosos, como alterações no crescimento, desenvolvimento e comportamento dos mesmos.
(...) A música afecta todas as partes do corpo. O som age directamente sobre o organismo, sendo absorvido pelas células e órgãos e indirectamente por meio das emoções que interferem nos processos orgânicos.
O organismo vai reagir de acordo com a origem das vibrações e características do som. Assim, a música vai actuar no corpo e despertar emoções, podendo aumentar ou equilibrar o metabolismo, aumentar ou diminuir a energia muscular, acelerar a respiração ou diminuir a sua regularidade, causar mudanças no volume, pulsação e pressão do sangue, interferir na receptividade sensorial, minimizar os efeitos da fadiga, acalmar ou levar à excitação. (...) age nas secreções, na digestão e nas redes neurológicas. (...)
E isto não é tudo, (...) existe muito mais a ser descoberto sobre a música (...)"


Fonte:
http://trombeta.cafemusic.com.br/trombeta.cfm?CodigoMateria=1158

Intimidades

Consigo lembrar-me da cor da pele
Sei de cor o seu aroma, o seu odor
Lembro-me do seu toque, do seu sabor
Ainda sinto a sua frescura, o seu calor

Conheço o seu tom, o seu timbre
Ainda ouço a sua voz baixinho, sublime
Sei de cor o seu brilho, o seu contraste
Relembro em pormenor cada pedaço, cada toque suave
Sinto o nosso vento, a nossa chuva
Sei de cor o nosso tempo, a nossa desventura
Conheço o nosso banco, o nosso chão
Ainda sinto o cheiro da ternura, da paixão

Intimidades
Fomos nós
Intimidades
Estamos a sós

Intimidades
Que o vento levou
Intimidades
Que o sol aproximou

São intimidades
Suaves, bruscas, frias, quentes
Oh são intimidades, intimidades…

Sei de cor alguns segredos
Que a tua voz me contou
Conheço ainda, as pegadas
Que a tua respiração deixou

Ainda consigo olhar a Lua
Pensar em mim, pensar na sua luxúria
Sem ti, conheço o caminho por entre as estradas
Sei de cor, cada trilho, entre curvas, entre rectas
Todas as palavras e intimidades


It's got to be perfect

Estou na varanda, sentada na espreguiçadeira com o portátil no colo, a observar a paisagem citadina e a contemplar o sol.
Vão à janela, inspirem o cheiro da natureza e deixem que o vosso corpo sinta a letra e a música, neste dia de sol lindo! It's go to beeeeeeee, perfect ;)


Onze Minutos de algumas páginas





Onze Minutos, foi o primeiro de três livros que li de Paulo Coelho. Gostei bastante, apesar de se notar alguma diferença no tipo de escrita e de história deste livro e dos outros que o autor escreveu. Muita gente que leu apenas este, quis ficar por aqui, porque diz que queria ficar com aquela ideia do autor, mas aconselho a ler outros livros dele, porque é nesses que se conhece a verdadeira "essência", o verdadeiro Eu-escritor do autor.
Após reler algumas páginas do livro, senti uma vontade enorme de destacar pequenos trechos que achei tão relevantes e tão "poderosos" que não consigo deixar de partilhar. E atenção, antes e depois destes que aqui deixo, há muitos outros que também valem a pena "sentir e manusear"



"Se busco o amor verdadeiro, preciso primeiro de ficar cansada dos amores medíocres que encontrei.
A pouca experiência de vida que tenho ensinou-me que ninguém é dono de nada, tudo é uma ilusão - e isso vai dos bens materiais aos bens espirituais. Quem já perdeu alguma coisa que tinha sido como garantida (algo que já me aconteceu tantas vezes), acaba por aprender que nada lhe pertence."
(pág.32)

"Eu não sou um corpo que tem uma alma, sou uma alma que tem uma parte visível, chamada corpo." (pág.75)

"Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida. É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente. Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama plenamente. E quem ama plenamente, sente-se livre. (...) Essa é a verdadeira experiência de liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem a possuir." (pág.89)

"O amor não está no outro, está dentro de nós mesmos; nós despertamo-lo. Mas para isso precisamos do outro. O Universo só faz sentido quando temos alguém com quem partilhar as nossas emoções." (pág.113)

"O desejo profundo, o desejo mais real é aquele de se aproximar de alguém. A partir daí, começam a ocorrer as reacções, o homem e a mulher entram em jogo, mas o que acontece antes - a atracção que os juntou - é impossível de explicar. É o desejo intocável, no seu estado puro.
Quando o desejo ainda está nesse estado puro, homem e mulher apaixonam-se pela vida, vivem cada momento com reverência, e conscientemente, sempre à espera do momento certo de celebrar a próxima bênção.
Pessoas assim não têm pressa, não precipitam os acontecimentos com acções inconscientes. Elas sabem que o inevitável se manifestará, que o verdadeiro encontra sempre uma forma de se mostrar. Quando chega o momento, elas não hesitam, não perdem uma oportunidade, não deixam passar nenhum momento mágico, porque respeitam a importância de cada segundo."
(pág. 129)

"Pensei muito e descobri que não entrei naquele café por acaso; os encontros mais importantes já foram combinadas pelas almas antes mesmo de os corpos se verem. Geralmente, esses encontros acontecem quando chegamos a um limite, quando precisamos de morrer e de renascer emocionalmente. (...) Todos sabem amar, pois já nasceram com esse dom. Algumas pessoas já o fazem naturalmente bem, mas a maioria tem de reaprender, relembrar como se ama, e todos - sem excepção - precisam de arder na fogueira das suas emoções passadas, reviver algumas alegrias e dres, quedas e subidas, até conseguirem ver o fio condutor que existe para trás de cada novo encontro; sim, existe um fio ali." (pág.134)


"Só nos conhecemos quando encontramos os nossos próprios limites, e isto está certo. Mas também está errado, porque não é importante conhecer tudo a respeito de nós mesmos; o ser humano não foi feito apenas para buscar a sabedoria, mas também para arar a terra, esperar a chuva, plantar o trigo, colher o grão, fazer o pão."
(pág.144)

"Quem ama não depende do acto sexual para se sentir bem. Duas pessoas que estão juntas, e que se querem bem, precisam de acertar os seus ponteiros, com paciência e perseverança, com jogos e representações teatrais, até entenderem que fazer amor é muito mais do que um encontro(...)Uma pessoa que vive intensamente a sua vida tem prazer e não sente falta de sexo. Quando faz sexo, é por abundância, porque o copo de vinho está tão cheio que transborda naturalmente, porque é absolutamente inevitável, porque ela aceita o apelo da vida porque nesse momento, apenas nesse momento, ela consegue perder o controlo." (pág.163)

"Em todas as línguas do mundo existe um mesmo ditado: o que os olhos não vêem, o coração não sente. Pois eu afirmo que não há nada de mais falso do que isso; quanto mais longe, mais perto do coração estão os sentimentos que procuramos sufocar e esquecer. Se estamos no exílio, queremos guardar cada pequena lembrança das nossas raízes, se estamos distantes da pessoa amada, cada pessoa que passa na rua nos faz lembrar dela." (pág.212)