
Se uma amizade vale tanto quanto a quantidade de momentos que passamos com a pessoa à qual a nossa relação tem esse nome, eu não lhe chamaria isso, mas antes, talvez, uma construção temporal com alguém. Quando definimos pessoas com quem queremos passar momentos diários, com quem queremos estar, falar, reflectir, chorar, sorrir, abraçar, discutir, (...) é tanta a complementaridade existente que penso que, só por isso, a pessoa deve ser "especial". Não falo de amizade, quando digo bom dia ou bom tarde a alguém, não falo de amizade quando falo com alguém diariamente (ou quase) na Internet acerca de assuntos do dia-a-dia, de acontecimentos sociais e de tudo, menos de mim, menos dessa pessoa. Amizade, é tão mais do que isso, que andamos tão distantes dela e pensamos estar tão perto.. É comum nomear-se ou acrescentar-se um "melhor" antes de um amigo ou de uma amiga, apenas e só, porque nalgum momento mais, ou menos feliz, esse tal, esteve presente pessoal ou virtualmente. Noutro cenário, o mesmo acontece, apenas e só, porque parece que se dão lindamente, não se chateiam e, aparentemente, de forma "insubstituível" parecem compreender-se especial e mutuamente.
O que é que separa o "melhor" de um apenas e só "amigo(a)?
Qual é a hierarquia (se é que a há) da amizade?
Intimamente, a amizade que se vai construindo, necessita (tal como tudo na vida) de ser alimentada de respeito, de confiança, de carinho, de compreensão, de solidariedade, de vontade e de muitos outros "ingredientes" para a poder manter e fazer sentir... e sem qualquer nível hierárquico, uma amizade deve ter sempre esse valor. Afinal, com todos estes "ingredientes" quanto vale uma amizade?